domingo, 17 de abril de 2011

Malleus Maleficarum - Heinrich Kramer e Jacob Sprenger

Malleus Maleficarum (traduzido para português como Martelo das Feiticeiras ou Martelo das Bruxas) é um livro escrito em 1484 e publicado em 1486 (ou 1487), por dois monges alemães dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger, que se tornou uma espécie de "manual contra a bruxaria". O livro foi amplamente utilizado pelos inquisidores por aproximadamente duzentos e cinqüenta anos, até o fim da Santa Inquisição, e servia para identificar bruxas e os malefícios causados por elas, além dos procedimentos legais para acusá-las e condená-las.

No início do século IX, havia a crença popular sobre existência de bruxos que, através de artifícios sobrenaturais, eram capazes de provocar discórdia, doenças e morte. Por sua vez, a Igreja não aceitava a existência de bruxos e ainda, baseado no Conselho eclesiástico de São Patrício (St. Patrick), afirmava que "um cristão que acreditasse em vampiros, era o mesmo que declarar-se bruxo, confesso ao demônio" e "pessoas com crenças não poderiam ser aceitas pela Igreja a menos que revogue com suas palavras o crime que cometeu".
Na segunda metade do século X já havia penalidades severas para quem fizesse uso de artes mágicas. No século XIV (1326) a Igreja autoriza a Inquisição a investigar os casos de bruxaria. Pouco mais de cem anos depois, em 1430, teólogos cristãos começam a escrever livros que "provam" a existência de bruxos. O livro Formicarius, escrito por Thomas de Brabant, em 1480, aborda a relação entre o homem e a bruxaria.
Em uma sociedade na qual a religiosidade, política, sexualidade e artes estavam interligadas e sob o domínio da Igreja, transgredir as normas de conduta em apenas um desses campos, acarretaria, por conseqüência, numa transgressão generalizada e direta sobre o poder do clero. Dessa forma, sob o papado de Inocêncio VIII, o Malleus Maleficarum nasceu da necessidade que a Igreja Católica tinha de organizar e legitimar suas práticas, principalmente quando relacionadas à Santa Inquisição, que já atuava desde o final do século XII. Até aquele momento, não havia uma referência oficial que abordasse a questão da bruxaria. Fazia-se necessário um documento escrito, aprovado pelo corpo eclesiástico, que tivesse valor legal e determinasse com maior precisão possível, as práticas de feitiçaria e suas respectivas punições.
Heinrich Kramer e James Sprenger, através de uma bula de Inocêncio VIII, foram nomeados inquisidores para que investigassem as práticas de bruxaria nas províncias do norte da Alemanha e incumbidos de produzir a obra que institucionaliza-se e legitima-se a ação da Igreja. Por aproximadamente dois anos, encarregaram-se da produção do espesso trabalho de mais de quatrocentas páginas. Por fim, o Formicarius foi acoplado e passou a fazer parte do tratado eclesiástico intitulado Malleus Maleficarum. A imprensa, recém surgida, facilitou a divulgação da campanha movida pela Igreja contra as feiticeiras.


O livro é interessantíssimo, vale a pena conferir: link (em português)

Um comentário:

  1. Adorei esse blog e sou muito fã da Maravilhosa Adriane Pucciani, além de ser linda e inteligente tem um blog excelente. Continue sempre assim :)

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